Por Uma Globalização de Amizades

Por Uma Globalização de Amizades

Costumamos usar a palavra globalização no nosso dia-a-dia para se referir a um conjunto de transformações que caracterizam as sociedades dos nossos dias. Supõe-se que tal palavra significa a ligação cada vez mais instantânea entre as diversas partes do mundo quer seja no campo económico, político, cultural e social. A recente crise financeira mundial teve origem nos Estados Unidos e seus efeitos se fazem sentir ainda hoje nos mais diversos cantos do mundo. Numa aldeia super recôndida de Moçambique, através da TVcabo, DSTV, etc, é possível assistir ao vivo um jogo de futebol que se realiza na Inglaterra, Espanha, assistir às telenovelas da Rede Globo, etc. Se prestarmos um pouco mais atenção apercebemo-nos que o que na maior parte das vezes nos referimos quando usamos a palavra globalização é, na maior parte das vezes, a “globalização” dos então considerados país mais desenvolvidos do mundo. Nós, os da “periferia do mundo” limitamo-nos, muitas vezes, apenas em consumir tais “produtos” dos países desenvolvidos embrulhados por uma capa chamada “global”. Calçamos uma tenis Nike, queremos ter último IPOD sonhamos com uma Mercedes classe C, assistimos ao CNN, EURONEWS, gostamos de um bom Hamburguer da McDolnad’s ou KFC, etc.

Não estou querendo dizer que a globalização é má e nem que ela toma apenas uma direcção. Estou apenas levantando algumas constatações.

Na verdade a transmissão ao vivo do bagun-fest’latas, ontem, pela Tvlata prova de que a globalização pode ser assumida de forma positiva e que podem os países da periferia propor suas visões do mundo para outros países ditos da periferia e para os também considerados países do centro. A Tvlata é uma televisão educativa onde os adolescentes são os principais protagonistas. Infelizmente a transmissão das imagens não chegou em perfeitas condições no meu monitor aqui em Moçambique mas, mesmo assim pude ver uma parte do espectáculo e interagir pelo chat com gente de varias partes do Brasil e do mundo. Vi participações de São Paulo, de Recife, Brasília, da Índia, Suécia, Franca, Espanha, EUA e muitos outros lugares. Vi uma verdadeira globalização de amizades entre os diversos cantos do mundo. Iniciativas deste género são bastante interessantes para serem multiplicadas.

Por: Emílio Agostinho Jamine
Maputo — Moçambique

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